HISTÓRIA DO MUNICÍPIO |
O belo topônimo indígena Itatiaia, que significa penhasco cheio de pontas, é o nome do jovem município do Estado do Rio de Janeiro, que foi criado pela Lei nº. 1330, de 6 de julho de 1988, por desmembramento de Resende, e com uma área de 204Km². Sua sede foi elevada a cidade e teve sua primeira administração instalada em 1º de junho de 1989. O Município possui enorme riqueza ambiental e diversas opções turísticas. Sua história, porém, tem mais de 150 anos, sendo 5 de abril de 1839 oficialmente aceita como marco de sua fundação, com o nome de Campo Belo. Documentos mais antigos registram povoamento no local pelo menos sete anos antes dessa data oficial. Os Índios Puris, que ocuparam originalmente toda a região compreendida entre Queluz/SP e Barra Mansa/RJ foram habitantes das terras que formam o Município. A presença do homem branco só viria no rastro dos Bandeirantes. No século XVII suas terras serviam de passagem ou de pouso de viajantes que provenientes do Sul de Minas desmandavam os portos sul-fluminenses. A necessidade do escoamento do ouro das Minas Gerais para os portos de Angra dos Reis e Paraty forçou a descida pela serra no roteiro onde hoje existe Mauá, ou pela Serra do Picu, passando por onde hoje é Itatiaia. Às margens de ambos os caminhos foram se estabelecendo pequenas áreas de ocupação pelos primitivos ranchadores, destinadas ao abastecimento e pouso dos tropeiros, que transportavam o ouro das minas para o litoral. Com o esgotamento das minas de ouro, teriam descido definitivamente a serra procurando terras onde pudessem se instalar. Esse período marca uma fase de transição econômica, passando da agricultura e pecuária de subsistência, que predominou entre os primeiros rancheiros, para o aparecimento das grandes fazendas de cana-de-açúcar e café, sendo a primeira atividade logo superada pela segunda, com a desativação dos poucos engenhos que chegaram a surgir. Com o início do Ciclo do Café, no final do século XVII, surgiram grandes fazendas com plantações, subindo e descendo as encostas dos morros arredondados que ornam o Vale do Paraíba, em Itatiaia. É dessa época a formação das maiores fazendas da região, como a da Cachoeira, a Itatiaia, a Belos Prados, Campo Belo, da Serra, a Fazendinha e a de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, esta última correspondendo à atual área do Parque Nacional do Itatiaia, com suas matas preservadas graças a seu proprietário não ter aderido à monocultura cafeeira. Foi somente no início do século XIX que surgiu o povoado de Campo Belo, atual Itatiaia, com a instalação do Distrito de Paz e Tabelionato, em 13 de maio de 1832, para, inclusive, o registro de terras e de escravos. Em 5 de abril de 1839, foi instalado o Curato Eclesiástico de São José de Campo Belo. Campo Belo, atual Itatiaia, foi elevada a vila por Lei Federal nº. 311, de 2 de março de 1938. Em 31 de dezembro de 1943, o Decreto Lei nº. 1056 deu ao quarto distrito de Resende e Vila de Campo Belo o expressivo nome de Itatiaia que, em Tupi Guarani, segundo Afonso de Taunay, quer dizer "pedras cheias de pontas".
No início do século XIX o transporte da região se fazia por via terrestre. Em pendoso desfilar, as topas de muares abriram os caminhos do Oeste para o Leste. Do Sul vinham grandes levas de tropeiros gaúchos fornecedores de mulas para a lavoura cafeeira e escoamento do mesmo para Angra dos Reis. Foi do Norte que mineiros transpuseram a Mantiqueira para o Vale do Paraíba e lançaram as primeiras raízes da sociedade colonial itatiaiense. Foi na década de 1860 e no início de 1870 com a fase áurea do café - o Ouro Verde, que surgiu a exploração fluvial pelo Rio Paraíba com barcos enormes que navegavam desde Barra do Piraí, rio acima, até Itatiaia (então Campo Belo), para atender os grandes comerciantes desta época. Considerado um dos maiores entrepostos alfandegários e comerciais para o qual inclusive eram despachadas para o Rio de Janeiro as produções dos municípios paulistas de Queluz e Areias. Os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II, chegaram a Itatiaia em 1873, substituindo aos poucos o comércio fluvial até Barra do Piraí. Com o fracasso da lavoura do café, por causas amplamente conhecidas e em conseqüência do surgimento de leis anti-escravistas, a maioria das fazendas de café de Itatiaia voltaram-se para a pecuária de ponta e a leiteira, que garantiu a sobrevivência econômica, mas representou significativa mudança em relação aos áureos tempos da "febre cafeeira". Foi em Itatiaia que surgiu o primeiro exportador fluminense de manteiga e o segundo em leite que era transformado em vagões frigoríficos. Hoje, como marcos rurais, existem as Fazendas Belos Prados e da Serra, as primeiras que se sabe, exploradas como hotéis fazendas, hoje bastante difundido na área. Com a construção da Rodovia Presidente Dutra, por volta de 1950, ligando o Rio de Janeiro e São Paulo e mais a Hidrelétrica do Funil, a cidade iniciou um novo ciclo de atividades e desenvolvimento com a instalação de grandes empresas, e o início da atividade turística que caracteriza de forma marcante essa região. Foi no século passado que os cientistas naturalistas, geólogos e botânicos, visitaram e estudaram o Maciço do Itatiaia. Hoje o município e cidade de Itatiaia emoldurados pela paisagem do Maciço do Itatiaia com suas elevações, picos, cascatas, rios, matas e vales é um convite permanente para os turistas ocuparem os hotéis da região, seja no próprio Parque Nacional do Itatiaia, seja em Penedo, antiga colônia finlandesa fundada em 1929, ou ainda nas Vilas de Maringá e Maromba - na região de Visconde de Mauá.
Penedo, nas 3 primeiras décadas deste século, após a decadência da economia cafeeira, era uma região de pastos para gado leiteiro, com poucos vestígios da exuberante Mata Atlântica que existia em toda a região. Em 1929, a localidade acolhe um grupo de imigrantes finlandeses, liderados pelo naturalista Toivo Uuskallio, motivados pela possibilidade de construir uma nova vida junto à natureza, onde fosse possível alimentação natural, vida ao ar livre e sol. No entanto, a cultura do café e, depois, as queimadas anuais para formação de pastagens esgotaram o solo, dificultando o cultivo das terras, o que obrigou a então Colônia Finlandesa a buscar alternativas de sobrevivência. Assim, nasceram as primeiras pousadas, inicialmente nas casas dos colonos, atraindo visitantes em busca de bom clima, alimentação e terapias saudáveis e naturais, inclusive a sauna, hábito típico da cultura finlandesa. Penedo possui uma das maiores redes hoteleiras do Estado do Rio de Janeiro, com opções de turismo que atendem a todos os gostos: hotéis, pousadas, chalés rústicos e campings, localizados no vale, próximo ao Rio das Pedras, ou no pé da Serra da Índia, junto à exuberante Mata Atlântica que reveste os contrafortes do Maciço do Itatiaia. A diversidade gastronômica também é destaque, incluindo desde a já tradicional truta, proveniente de criadouros da própria região, até comidas típicas suecas, japonesas, mineiras, baianas e outras, além de massas e uma pizza no forno a lenha... simplesmente maravilhosa. Para sobremesa é difícil escolher entre variados sorvetes artesanais, chocolates caseiros, doces e geléias tradicionais. A noite é longa em Penedo e o comércio noturno e restaurantes com serviço de qualidade atraem gente de toda a região, além do Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Mas o principal encanto é dádiva da natureza, com seu perfume das plantas ornamentais e frutíferas - parte da tradição da Colônia Finlandesa - somadas às essências naturais da Mata Atlântica, que fazem de qualquer hora em Penedo uma sempre renovada oportunidade de paz, saúde e alegria. O Parque Municipal Turístico Ecológico de Penedo - PAMTEP - foi criado pela Prefeitura Municipal de Itatiaia, com área total de 3.014 hectares. Localizado na micro-bacia hidrográfica do Rio das Pedras, o Parque de Penedo é vizinho ao Parque Nacional do Itatiaia, abrangendo altitudes que variam de 300 até 1.600m. Situado no bioma da Mata Atlântica e possuindo remanescentes de Floresta Ombrófila Densa, o PAMTEP compartilha a extraordinária diversidade de fauna e a flora da região do Itatiaia, contribuindo para amortecer o impacto das atividades humanas sobre o primeiro Parque Nacional brasileiro. A criação do Parque se deu a partir da mobilização da comunidade, no sentido de que as características ambientais e paisagísticas que motivaram o estabelecimento da tradicional Colônia Finlandesa não fossem destruídas pela ocupação desordenada do solo. Por outro lado, o turismo, principal economia do lugar, depende diretamente do meio ambiente e das paisagens preservadas. A implantação do Parque prevê diversas obras destinadas ao bem estar de moradores e visitantes e à proteção do meio ambiente, incluindo: melhoria das estradas, reflorestamento, arborização e construção da sede do PAMTEP - que abrigará também horto para produção de mudas de árvores nativas, posto avançado de combate a incêndios florestais, fiscalização de obras, tributos e meio ambiente.
A política de colonização do século XIX, deu origem a criação dos núcleos coloniais, entre eles, "Núcleo Mauá". Com a criação desta colônia, a região de Visconde de Mauá viu-se definitivamente incorporada ao País. Os imigrantes europeus de diversas nacionalidades vieram para este núcleo no início do século XX e, têm um importante papel na vida da região. É a partir de então que se dá a ocupação definitiva destas terras pelo homem. A presença anterior, seja ela dos índios Puris ou dos eventuais posseiros mineiros, esteve marcada pelo tom descompromissado com a fixação efetiva. Os alemães, presentes no "Núcleo Mauá", desde 1909, tendem a predominar após 1910, muitos dos quais acabam por se fixar definitivamente em Visconde de Mauá, onde até hoje residem muitos de seus remanescentes. A pequena agricultura sustentada por estes colonos foi insuficiente para mantê-los. Com o término da participação oficial em 1916 foram permitidas as vendas de lotes coloniais a qualquer elemento interessado. Neste momento vários fazendeiros, principalmente mineiros, passaram a adquirir grandes quantidades de lotes comprando-os de colonos estrangeiros, nacionais e mesmo do estado. As novas fazendas passaram a cuidar da criação de gado leiteiro. Durante as décadas de 30 e 40, revela-se a segunda importante orientação econômica assumida por Visconde de Mauá. Por outro lado, em 1922 os imigrantes que aqui permaneciam recebem os primeiros turistas em suas próprias casas. Por volta dos anos 40, surgiram novos indícios da vocação turística. A criação do Parque Nacional do Itatiaia em 1937, vizinho à região de Visconde de Mauá, foi um fato importante para o incremento do turismo na região. Mas o turismo aparece como real opção econômica para a região, nas décadas de 70 e 80, quando a crise leiteira abre espaço à expansão das pousadas, pensões e chalés e para venda de terras a pessoas das grandes cidades, transformando a região de Visconde de Mauá num dos grandes pólos de turismo.
Fonte: http://www.itatiaia.rj.gov.br/